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16/11/2011

Criar directo

Cada vez mais criadores, mesmo os pequenos criadores, optam por fazer a reprodução das aves de forma indirecta, quer através de amas, quer por alimentação à mão.

Na verdade, isso permite aumentar o número de crias, mas não a qualidade das crias. Nenhuma cria alimentada por amas ou à mão é saudável.

Os criadores costumam observar que, as aves criadas pelos pais têm melhor desenvolvimento e isso é verdade.

Todos os criadores já viram que, após o nascimento dos filhotes os pais, naturais ou adoptantes, se esforçam por dar o máximo de alimento aos pequenitos. O que, normalmente, não reparamos é que, elas dão muito mais que alimento e água.

Quando as crias nascem, não têm, no intestino, a flora bacteriana que lhes vai permitir ingerir devidamente os alimentos. Ao manterem a comida no papo, por algum tempo, os pais permitem que a sua própria flora se junte ao bolo alimentar que vão fornecer aos pequenitos. Assim, eles vão fornecendo os microrganismos que, se vão multiplicar no sistema digestivo da cria até atingirem os níveis necessários, e vão fazer a digestão correcta dos alimentos.

Cada espécie tem a sua própria flora bacteriana, seleccionada ao longo de muitas gerações, em função da alimentação específica da espécie. As amas vão fornecer uma flora que, embora parecida, nunca é a 100% a indicada para a cria, provocando alguma ineficiência digestiva, no futuro. Já na alimentação à mão, algumas papas especificas fornecem alguma flora bacteriana, mas a maioria delas não o faz satisfatoriamente; então vemos a ave com o papo cheio, mas incapaz de digerir devidamente, e subalimentada.

Também, na alimentação pelos pais, naturais ou adoptantes, vão sendo fornecidas à cria pequenas quantidades de agentes patogénicos. Estes agentes vão activar os anticorpos do sistema imunitário, permitindo a futura resistência a doenças; como se de uma vacina se tratasse. A alimentação manual é praticamente asséptica, pelo que, a ave não vai ganhar essas resistências, ficando mais vulnerável a doenças.

Por estas razões, é sempre preferível a alimentação directa pelos pais, ainda que seja necessário complementar com alimentação manual.  


02/11/2011

Porque morrem aves “saudáveis” durante a reprodução

É relativamente comum, que aves saudáveis morram, sem razão aparente, durante o período reprodutivo; durante o choco e, principalmente, durante a criação dos filhotes.
Para se entender o que acontece, temos que ter em conta o seguinte: A reprodução, e prolongamento da espécie, são a “razão de viver” de todas as espécies animais (e não só). As aves não ambicionam uma casa com piscina ou umas férias num paraíso tropical; ambicionam reproduzir-se. Para isso, a natureza encarregou-se de fazer com que, nos períodos de choco e criação, o organismo produza uma dose acima do normal da neuro-hormona endorfina.
A endorfina actua no sistema nervoso central como uma de recompensa. É como uma droga natural; dá uma sensação, irreal, de bem-estar e vicia. Algumas aves buscam, inconscientemente, sempre mais endorfina.
Esta necessidade de endorfina é satisfeita através dos cuidados com os ovos e as crias. Estabelece-se um círculo vicioso: a criação faz produzir endorfina, esta dá prazer e vicia, para satisfazer o “vicio” a ave dedica-se mais à criação, produzindo mais endorfina… e por aí fora.
Neste processo, algumas aves “esquecem” as suas necessidades básicas, não comendo e bebendo o suficiente, mas não mostram sintomas de fadiga ou fraqueza, dado que a endorfina lhe dá uma falsa sensação de bem-estar.
Se não estivermos atentos, a ave acaba por morrer de subnutrição/exaustão, aparentemente sem motivo.
Este processo acontece mais com os machos, porque são os mais dedicados à criação; na verdade, são aqueles a quem a natureza proporciona níveis mais elevados de endorfina no sistema nervoso.