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01/05/2012

Diagnóstico e medicação caseiros

Todos os criadores, amadores ou não, alguma vez, ir-se-ão confrontar com alguma doença nas suas aves. Isto, normalmente, é causa de muita preocupação e, em certos casos, de desespero; não é incomum ver-se que, o criador fica mais doente que a própria ave.
Importa manter a calma, para se chegar a um diagnóstico correto e, a partir daí, se poder dar o melhor tratamento, em função da doença em causa. É, também, importante que se interiorizem alguns conceitos básicos, que nos vão ajudar:
·       As aves em geral, e os pequenos exóticos em particular, são bastante resistentes e pouco dadas a manifestações de sofrimento. Daqui resulta que, a grande maioria das pequenas maleitas que as podem afectar, nunca vão chegar ao nosso conhecimento; são debeladas pelo organismo da ave, sem que cheguem a aparecer sintomas visíveis.
·       Quando aparecem sintomas, é porque a doença se reveste de alguma gravidade e, regra geral, requer algum tipo de intervenção da nossa parte.
·       Para intervirmos correctamente, precisamos conhecer a fundo as nossas aves; as características da espécie e os hábitos de cada ave em particular. Aquilo que pode ser apontado como um sintoma, numa determinada ave, pode ser um hábito noutra ave da mesma espécie. Um bom exemplo disto é o dormir com a cabeça debaixo da asa; é um sintoma de sofrimento, mas, todos nós já observámos que, algumas aves o fazem habitualmente.
·       São muito poucas as doenças que apresentam um único sintoma. A caracterização de cada doença faz-se pela observação de um leque de sintomas e não por um em particular, embora, em algumas, exista um sintoma mais característico. No entanto, este sintoma pode não ser um dos que nos chamam mais a atenção. É, pois, importante que, ao sermos alertados por algum sintoma, procuremos verificar se existem outros e quais são. Ao somarmos os vários sintomas vamos conseguir, com algum grau de certeza, identificar a doença.
·       Nalguns casos, não nos é possível, com os meios de que dispomos em casa, identificar a doença, mas é possível isolá-la num pequeno grupo de possibilidades. Isto acontece mais com algumas infecções. Assim, pode ser possível, usando medicamentos que atuem sobre esse grupo de doenças, debelá-las, sem que cheguemos a saber, com exactidão, qual era.
·       Um dos meios que dispomos e, muitas vezes, desprezamos é a análise visual das fezes; esta visualização fornece muita informação, que pode ser de extrema valia. É o equivalente, em termos caseiros, às análises laboratoriais de sangue, urina e fezes, que todos nós fazemos mais ou menos amiúde. Pode não ser muito agradável de fazer, mas é muito útil.
·       O que nunca se deve fazer, ao tentar diagnosticar uma doença, é partir do pressuposto de uma determinada afecção e buscar os sintomas. Neste acaso, o mais provável, é “encontrarmos” sintomas que não existem e diagnosticarmos, erradamente, o que procuramos e não a verdadeira doença.
·       Vários são os casos em que, as doenças ou os tipos de doenças, se repetem numa mesma ave ou numa mesma descendência. Por isso, pode ser muito importante o conhecimento do histórico de saúde da ave e da sua ascendência, para se fazer o diagnóstico correcto.
·       Em muitos casos é possível estabelecer uma analogia entre a sintomatologia das aves e a nossa. Porém, devemos ter presente que, há doenças específicas das aves que não têm paralelismo nos humanos. Também devemos ter em atenção que, devido ao seu metabolismo mais acelerado, nas aves, o desenvolvimento das doenças, e também das curas, é bastante mais rápido.
·       Algumas vezes, boa parte dos sintomas encontram-se nas instalações e no ambiente circundante. Estar atento a qualquer alteração que apareça, pode, também, ser uma boa ajuda.
Uma vez diagnosticada a doença, passa-se à fase da medicação. Também aqui, há que interiorizar alguns conceitos, até porque existem muitas ideias erradas, neste campo.
·       Todos os medicamentos são maus, porque têm sempre efeitos indesejáveis, mas são necessários para ajudar a debelar determinadas doenças.
·       Os medicamentos que fazem bem “a tudo”, não existem.
·       A qualidade e efetividade dos medicamentos nada tem que ver com o seu preço. Muitas vezes os mais simples são os mais eficazes.
·       Os medicamentos devem ser ministrados conforme as prescrições: alterar dosagens, modo de utilização e duração, acarreta riscos significativos, em muitos casos é prejudicial e em alguns é fatal.
·       Muitas vezes, os criadores buscam estabelecer uma relação temporal entre a ministração de um determinado medicamento e a cura. Isso não existe. A efectividade de determinado medicamento, numa determinada situação, depende de inúmeros factores. A biologia está muito para além da matemática.
·       Por vezes, os medicamentos têm pouca ou nenhuma efectividade, apesar de o diagnóstico ser correcto e a medicação ser a indicada para o caso em questão; isso acontece pelo estado de debilidade das aves. Acontece que, os medicamentos precisam ser metabolizados e, nem sempre as aves estão em condições de o fazer.
·       As aves, em cativeiro, tende a ter as suas funções hepáticas debilitadas, dado o excesso de alimentação fácil de que dispõem; nalguns casos, essas funções estão extremamente fragilizadas, dada a quantidade de mistelas que as aves são induzidas a consumir. Nestes casos, paralelamente à medicação, é necessário corrigir a dieta da ave, por forma a diminuir a “carga” sobre o fígado, facilitando a metabolização dos medicamentos.
·       No caso das doenças infecciosas e/ou parasitárias é importante eliminar a fonte da doença, normalmente através de desinfecção e/ou desinfestação das instalações. Caso contrário, a ave está sujeita a reinfecções e não se vai curar.
Após cada tratamento, as aves ficam fracas, dado que as funções vitais foram afectadas. É muito importante dar-lhes um bom período de recobro: neste período é importante verificar que a ave volta a comer e beber normalmente, recupera a forma física e os hábitos antigos.
Contudo, algumas doenças deixam sequelas permanentes ou permanecem em estado crónico. Nestes casos, há que atender à situação de saúde da ave e dar-lhe uma vida de acordo com as suas possibilidades.