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10/06/2012

Alguns medicamentos anti-infecciosos

Todos os criadores, algumas vezes, são forçados a usar alguns medicamentos, para controlar doenças nas suas aves. Devemos ter em conta que, todos eles têm efeitos secundários indesejáveis, e devemos usar de todo o cuidado quando os utilizamos, mas, quando necessário, devemos ministrá-los.
Se o diagnóstico nem sempre é fácil, a escolha do medicamento indicado pode ser um verdadeiro quebra-cabeças. Isto porque, no caso de aves tão pequenas, é por vezes difícil encontrar medicamentos doseados para elas. Acresce ainda que, por questões de mercado, nem sempre é fácil encontrar os medicamentos que procuramos. O que eu pretendo com este artigo, é mostrar a forma de combater doenças infeciosas, com medicamentos, tanto quanto possível, fáceis de obter e com alto grau de efetividade. Contudo, apresento uma visão pessoal, limitada ao meu conhecimento, que não significa que, não existam outras formas de tratamento, porventura, mais eficazes. Lembro, também, que, só vou falar dos medicamentos de acção primária, pelo que, devemos ter em conta que, nalgumas doenças, estes medicamentos podem e devem ser complementados com outros medicamentos e/ou com outros meios, nomeadamente com correções na dieta.
Dado o metabolismo rápido dos pequenos exóticos, considero que, antes de medicar, devemos definir uma estratégia. Regra geral, a estratégia que perfilho, é a utilização de um medicamento de primeiro impacto e, numa segunda fase, se necessário, de um medicamento mais específico. O medicamento de primeiro impacto deve ser mais generalista, até porque a doença pode não estar devidamente identificada, sabendo-se apenas que está inclusa num grupo restrito. O medicamento específico, aplico quando o de primeiro impacto não foi suficientemente eficaz e foi possível especificar a doença.
As doenças infeciosas podem agrupar-se em vários tipos, em função da sua origem. Irei considerar os seguintes grupos: Bacterianas, fúngicas, parasitárias e virais.
·       Infecções bacterianas:
Recomendo, como medicamento de primeiro impacto, o “Zooserine”, embora em alguns casos, como a colibacilose e a salmonelose, o Fp 20-20 também tenha bastante efectividade. Contudo, o “Zooserine” apresenta a vantagem de garantirmos que a ave toma a dose adequada do medicamento, uma vez que é apresentado em pequenos comprimidos. Também, tem a vantagem de, por si só, ser suficiente na maioria dos casos, além de ser relativamente acessível e fácil de encontrar.
Já o medicamento específico pode variar, em função da infecção;
§  Nas colibaciloses, salmoneloses e bordetella, a enrofloxacina é bastante eficaz; a “Enroxina” da zoopan é bastante eficaz.
§  Na tuberculose aviária a “Enroxina” também é muito eficaz. Porém, estas bactérias apresentam um elevado grau adaptabilidade e ganho de resistência aos medicamentos, pelo que, pode ser necessário alternar o medicamento. Nestes casos, o “Amikacin” e a “Gentamicina” tabernil são uma boa alternativa.
§  Na clamidiose a “Doxiciclina” tabernil parece-me o medicamento mais adequado.
§  Nas infecções por estafilococos, geralmente difíceis de controlar quando o “Zooserin” se demonstra insuficiente, recomendo o “Aviosan” da chevita ou o “Celesporin 150”. Estes medicamentos são um tanto difíceis de encontrar no mercado pet e, o Celesporin 150 deve ainda ser doseado por nós, em função das aves doentes.
§  Nas infecções por bacilos, considero que o  “Zooserin” é o mais eficaz, mesmo nesta segunda fase. Medicamentos à base de cloranfenicol, seriam mais eficazes mas, eu desconheço algum que seja possível dosear com segurança, para pequenos exóticos. Fica a indicação, mas eu não ficaria descansado se apontasse algum.
§  No botulismo, a solução são as anti-toxinas. Estas devem ser geradas pelo organismo da ave, como reacção às toxinas. O que eu aconselho é a manutenção do “Zooserin” para manter a acção antibiótica para infecções oportunistas secundárias e, o uso do “Enterex” como elemento filtrante e de retenção das toxinas. O “Enterex” não é mais que, um composto à base de carvão activado e fibras vegetais, capaz de reter uma grande parte das toxinas e expulsá-las nas fezes. Daí que, as fezes irão ficar muito negras, o que por vezes assusta o criador, embora seja natural acontecer.
§  A clostridiose, embora pouco comum, quando é detectada, já costuma estar num estágio de desenvolvimento muito avançado, sendo, por isso difícil de controlar. Embora o principal órgão afectado seja o fígado, a toxina vai-se alojar em vários órgãos, causando sintomas variados que precisam ser tratados. Mais uma vez, é importante expulsar o máximo de toxinas, através do “Enterex” e combater a infecção com o “Flagyl oral” ou com o “Chlortetracycli+” da chevita. No caso de aparecerem pústulas, nódulos inflamados ou erupções na pele deve-se aplicar o “Crema 6A” no local.

·       Infecções fúngicas:
O medicamento de primeiro impacto que recomendo, neste tipo de infecções é o “Fungistop”: é de fácil aquisição e bastante eficaz, na maioria dos casos.
Também aqui, podem ser necessários medicamentos específicos, para os casos mais graves.
§  Na aspergilose o mais indicado, é o “Megabac-S”. Porém, este medicamento, de origem australiana, não é fácil de encontrar e pode ser necessário, em casos mais urgentes, adaptar algum medicamento para humanos, corrigindo as dosagens e a posologia, o que nem sempre é fácil e seguro. O princípio activo a usar é a Anfoterecina-B. Em alternativa, podemos usar o “Sporanox”; este produto também é concebido para uso em humanos, precisando ser corrigida a dosagem, mas é fácil de encontrar e relativamente fácil de dosear. Neste, o princípio activo é o Itraconazol.
§  Na candidíase resulta muito bem o “Micostatin”, especialmente, se for combinado com o “Aliproct” ou mesmo com o “Fungistop”.
§  Nas infecções por megabactéria, os melhores resultados obtêm-se combinando, os já referidos, “Megabac-S” com o “Aliproct”. Nestes casos, as alternativas anteriormente referidas, também resultam, mas, há alguma perda de eficácia.

·       Infecções parasitárias:
Neste tipo de infecções, é de bom tom dividi-las em dois grandes grupos: as provocadas por parasitas internos e as provocadas por parasitas externos.
Para parasitas internos temos, primariamente, o “Intervermes” que, por si só, resolve quase todos os casos. Contudo, o uso repetido deste medicamento, leva a que os parasitas desenvolvam resistências, pelo que podem ser necessários os medicamentos específicos.
§  Na coccidiose, o “Pulmosan”/”Parasita” via oral, o “Clopidol” e o “Poli-crd” são todos eficazes, embora diferentes. O “Poli-crd” é uma sulfamida pelo que, a meu ver, deve ser evitado. O “Pulmosan”/”Parasita” é o mais efectivo se os órgãos mais afectados forem os do trato respiratório e do digestivo superior; já o “Clopidol” é mais efectivo nos restantes casos.
§  Na capilariose, considero que o “Pulmosan”/”Parasita”, o “Ascapilla” e o “Vermicida Tabernil” são eficazes.
§  Na ascaridíase, o “Verminase” e o “Ascapilla” são os meus preferidos, porém, no caso de grandes planteis, o “Albendazol pó” e o “Canex composto”, devidamente doseados, são alternativas mais económicas e igualmente eficazes.
§  Na sarcosporidiose o “Coccimir” é o indicado, mas, o “Poli-crd”, com as suas desvantagens, pode ser uma alternativa.
§  Na tricomoníase o medicamento específico de eleição é o “Flagyl oral”.
Para parasitas externos, tudo se torna mais fácil: o “Pulmosan”/”Parasita” é o medicamento de primeiro impacto e, em todas as sarnas e infecções por ácaros, resolve o problema.
§  No caso de infecções por piolho, pode ser necessário um medicamento mais específico. Neste caso o “Termitox” é bastante eficiente; deve ser dissolvido em água e aplicado nas instalações. Dependendo do grau de diluição, pode ser usado para outros parasitas como carraças, percevejos, formigas, etc. Porém, baixos níveis de diluição acarretam riscos para o sistema nervoso das aves, se houver contacto. Também, o “Acariasma” é eficaz, mas deve ser aplicado nas instalações e não directamente nas aves.

·       Infecções virais:
Este tipo de infecções é impossível de debelar. A medicação que podemos fornecer, só vai ajudar o organismo a controlar o vírus, mas não a eliminá-lo.
§  Nas infecções por poxvírus, o “Latac seri-pox” tem uma acção bastante positiva e, a pomada “Canary pomada P3” ajuda bastante, quando há lesões cutâneas. Além destes, devemos usar medicamentos para combater os sintomas e possíveis infecções oportunistas, dependendo de quais se manifestem.
§  Contudo, há vírus, como por exemplo o Nilo Ocidental, impossíveis de controlar e que, invariavelmente, acabam por levar à morte das aves. Nestes casos, por questões humanitárias e de controlo epidemiológico, é conveniente “adormecer” as aves; se não formos capazes de o fazer, devemos medicar, no sentido de minorar o sofrimento.
Relembro que, este artigo reflete a minha opinião pessoal, não tendo rigor científico, nem objectivos propagandísticos. Deve, portanto, ser apreciado com todo o espírito crítico.
O único propósito é fornecer uma listagem, que possa servir de ponto de partida para alguma reflexão, em particular, para quem não saiba por onde começar.