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02/01/2012

Criação de diamantes em colónia

Alguns criadores usam viveiros com colónias de diamantes, deixando que formem os casais e se reproduzam de modo espontâneo.
Costuma ser apontado como inconveniente o facto de, não ser possível seleccionar os casais e, assim, a descendência que se vai obter. Porém, não é este o único problema; talvez nem seja o principal. É que, perde-se o controlo do genótipo das crias.
E porquê? Porque se desconhece o pai.
Pode parecer estranho, mas é muito simples.
Quando a fêmea escolhe o macho para formar o casal, escolhe-o para criar a descendência e não para ser o pai das crias. Na verdade, o instinto de perpetuação da espécie faz com que, a fêmea tente recolher o máximo de diversidade genética, isto é, que tente acasalar com o máximo de machos, para que, na mesma ninhada, tenha o máximo de diversidade nos filhotes. Quer isto dizer que, a fêmea pode, em termos ideais, ter, na mesma ninhada, uma cria de cada pai. Contudo, irá pôr todos os ovos no ninho do macho com quem formou o casal, esperando que este assuma todas as crias como suas. Para isso, vai, sempre que possível, fugir do controlo visual do seu macho e tentar acasalar com outros machos, voltando depois para junto do seu par. Isto acontece com todos os diamantes, tanto mais quanto mais fácil de reproduzir for a espécie, mas também com outras aves de bando e outros animais, como por exemplo, os felinos; pois é, a sua gata é uma “doida”.
Já o instinto do macho faz com que ele tente difundir os seus próprios genes, não estando muito disposto a criar os filhos dos outros. Claro que, é uma tarefa difícil, mas, o macho tem um grande aliado; a biologia.
O que acontece é que, o esperma dos machos, embora possa ficar activo por vários dias, perde a capacidade de competir muito rapidamente. Isto é: um esperma “produzido” às 10 horas, não tem qualquer capacidade de competir com um produzido 1 hora depois. Digamos então que, a regra é: nos diamantes, ao contrário dos humanos, para garantir que é o pai, não importa ser o único, importa ser o último.
Assim, nos diamantes, macho que se preze, durante o período de acasalamento, sempre que perca de vista a fêmea, logo que ela volte vai galar, se necessário usando a força, mesmo que a fêmea fique muito maltratada.
Alguns criadores mais experientes, que usam gaiolas de criação, quando um casal apresenta muitos ovos vazios em cada ninhada (macho desleixado), colocam uma gaiola ao lado, com um ou mais machos e colocam alguma ramagem na gaiola, para tapar a visão. Pode-se dizer que, o receio de ser ultrapassado vai tornar o macho mais activo, ou, por outras palavras, o “ciúme” é a melhor vitamina E.
Há, no entanto, que referir que, nas espécies mais fáceis de reproduzir, como nos mandarins por exemplo, o simples som do canto de um segundo macho pode deixar o “nosso noivo” “à beira da loucura”.