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D. não infecciosas


Doenças não-infecciosas dos pequenos exóticos





São doenças provocadas pela incapacidade, do organismo, de executar todas as suas funções normais, seja por factores internos, seja por factores externos. Não são transmissíveis.





Doenças metabólicas:


São todas as doenças provocadas pela incapacidade do organismo de metabolizar agentes tóxicos ou determinados nutrientes, seja por dificuldades orgânicas, seja excesso desses nutrientes.





·       Lipidose hepática – não é muito comum entre os pequenos exóticos. Consiste na degradação gordurosa do fígado. Pode ser causada por diversos factores: Anemia crónica, desnutrição, doenças debilitantes ou metabólicas, obesidade e toxinas; tanto químicas como bacterianas. Na prática, a ave consome (seja de alimentos, seja a sua própria gordura) muito mais energia do que gasta. Além da destruição do fígado, esta doença provoca várias doenças secundárias: infertilidade, deficiências músculo-esqueléticas variadas, ruptura de ligamentos, hipertensão, disfunção cardiovascular, diabetes, má absorção de nutrientes, etc.


§  Sintomas – normalmente não se manifestam sintomas até à morte. Porém, pode ocorrer anorexia, regurgitação, diarreia e depressão. Também, podem aparecer manchas gordurosas no peito e no ventre.


§  Tratamento – só há tratamento preventivo: dieta mais equilibrada e mais exercício (muito exercício).





·       Gota úrica – consiste na deposição de cristais de urato e ácido úrico em vários tecidos, especialmente nas articulações. Resulta de doenças e deficiências renais, de factores hereditários e de variados desequilíbrios de nutrientes, particularmente a nível de minerais. Nos pequenos exóticos, o excesso de cálcio é um dos factores mais relevantes.


§  Sintomas – na forma articular, a ave demonstra muita dor, inchaço nas articulações e relutância em se mexer. Na forma visceral, a ave fica apática, anoréctica, com fortes sinais de dor e pode ter morte súbita.


§  Tratamento – Não há tratamento eficaz, mas, uma dieta adaptada e halopurinol, ajudam a suportar a doença.





·       Hemocromatose – é a acumulação exagerada de ferro no fígado e, também, noutros órgãos. Algumas espécies têm maior propensão para este distúrbio.


§  Sintomas – a ave pode morrer sem sintomas, mas, se estes aparecerem, o mais característico são as penas danificadas. Pode haver, também, apatia, anorexia, emagrecimento, inchaço abdominal e dispneia.


§  Tratamento – Dieta pobre em ferro e proteínas. Alimentos e ricos em magnésio são muito indicados.





·       Intoxicação por cálcio – consiste na acumulação exagerada de cálcio no organismo. Essa acumulação é mais grave e mais notória em alguns órgãos: Rins, artérias, intestino, sistema nervoso, massas musculares e esqueleto ósseo. Esta intoxicação está, directamente, associada à deficiência de magnésio no organismo.


§  Sintomas – Dependem dos órgãos mais afectados. Os mais comuns são: movimentos descontrolados, deformações ósseas nas articulações, espasmos musculares, fezes brancas e com alimentos não digeridos, irregularidade cardíaca, insuficiência renal, dor aguda e morte.


§  Tratamento – água pobre em cálcio, dieta rica em magnésio e pobre em cálcio, suplemento de magnésio e redução drástica do fornecimento de cálcio (cálcio liquido, nunca).





·       Intoxicação por chumbo – é das situações mais graves com que o criador se pode confrontar. Consiste no depósito de chumbo nos vários órgãos, especialmente, no sistema nervoso central.


§  Sintomas – em primeiro lugar a ave fica estéril, mas é difícil perceber-mos. Rapidamente a ave passa a ter espasmos, tremores, torcicolo, andar em círculos, perde amplitude no movimento dos membros, paralisia, cegueira, convulsões e morte.


§  Tratamento – não existe tratamento. Deve-se, por razões humanitárias, “adormecer” a ave. Deve-se, também, procurar a fonte de intoxicação e eliminá-la.





·       Intoxicação por zinco – a fonte de intoxicação costuma ser a galvanização das gaiolas. Degrada, irreversivelmente, o pâncreas e os rins.


§  Sintomas – o mais característico é a cor azul da pele e das mucosas. Também se verificam fortes distúrbios gastrointestinais, fraqueza, anemia e morte.


§  Tratamento - não existe tratamento eficaz, embora se possa prolongar, inutilmente, a vida e o sofrimento da ave. Deve-se, por razões humanitárias, “adormecer” a ave.





·       Intoxicação por politerafluoretileno – acontece quando o “teflon” é sujeito a altas temperaturas, por libertação de gases tóxicos.


§  Sintomas – a ave fica sonolenta, fraca, descoordenação, entra em dificuldade respiratória aguda, entra em convulsões e morre em 20 a 30 minutos.


§  Tratamento – não há.





·       Micotoxicose – micotoxinas são toxinas produzidas por fungos. Normalmente, são ingeridas pelas aves ao ingerir grãos contaminados. A micotoxina mais comum é a aflatoxina, e, por isso, a doença é, também, chamada de aflatoxicose. As micotoxinas são produzidas quando os fungos encontram sementes a mais de 21ºC e mais de 70% de humidade. Estas toxinas provocam sintomas que se podem, facilmente, confundir com outras doenças, pelo que, é muito importante prevenir, através de uma alimentação higiénica e de qualidade.


§  Sintomas – dependem da resistência da ave,  da quantidade de toxinas ingeridas e do tempo de exposição. Altas concentrações provocam depressão, letargia, cegueira, perda de orientação, incapacidade de voar, tremores, asas caídas e morte. Baixas concentrações provocam perda de apetite, de peso e de condição física. Na reprodução são causadas mutações genéticas, crescimento anormal de células do fígado (indução cancerígena) e são possíveis os defeitos fetais. Em todos os casos, o sistema imunitário é extremamente debilitado, pelo que, aparecem, facilmente, as infecções oportunistas.


§  Tratamento – não há tratamento específico; apenas podemos corrigir a alimentação e esperar que a ave recupere. As vitaminas devem ser dadas com moderação, porque o fígado está muito debilitado.





Doenças por insuficiência nutricional:


São as doenças provocadas pela falta ou deficiente absorção de determinados nutrientes. As mais comuns nas aves são:





·       Anemia -  em termos muito simplista, é a falta de ferro no sangue, impedindo que este leve o oxigénio às células. A sua causa mais comum, nas aves, é a carência de alimentos ricos em ferro.


§  Sintomas – só são detectáveis numa fase já avançada da doença. Normalmente a ave começa por ficar apática e cansada; as patas podem ficar mais claras. Numa fase avançada a doença causa inanição e morte.


§  Tratamento – Deve ser feito de forma progressiva, fornecendo alimentos ricos em ferro e um suplemento multivitaminico. Em casos agudos, deve dar-se um suplemento com ferro.





·       Hipocalcemia – é a insuficiência mais comum nas aves. Consiste na carência de cálcio nos vários órgãos da ave. Pode ser causada pela alimentação pobre em cálcio e mal complementada, pelo balanceamento cálcio/fósforo errado, pela deficiência de vitamina D3, por problemas glandulares, problemas digestivos e renais, carência de gorduras e vitaminas lipossolúveis, por doenças gastrointestinais e parasitárias, por excesso de posturas (nas fêmeas), etc.


§  Sintomas – fragilidade óssea com fracturas e deformações, ataques convulsivos, descoordenação motora, andar em circulo, paralisias totais ou parciais, fraqueza dificuldades visuais, falta de apetite, alterações cardíacas e respiratórias, e, principalmente, má formação dos ovos (fêmeas).


§  Tratamento – alimentação equilibrada e bem complementada com cálcio e fósforo. Se necessário, ministrar vitamina D3 e medicamentação especifica para a sintomatologia. O tratamento deve ser progressivo e deve-se dar à ave bastante tempo de recuperação.





·       Deficiência de magnésio – é extremamente difícil de detectar e, em geral é ignorada. Até aos anos 80 do séc. XX, eram quase desconhecidas as funções do magnésio no organismo; hoje sabe-se que tem algumas, sendo a principal “ocupar espaço”. Este ocupar espaço significa que, o magnésio vai ocupar o lugar outros minerais ocupariam, se estivessem “vagos”, provocando danos. Por exemplo: o magnésio deposita-se nas membranas celulares, mantendo-as flexíveis; na falta do magnésio, seria o cálcio a fazê-lo, tornando as células rígidas.


§  Sintomas – não são fáceis de detectar mas, em aves muito activas, pode-se notar cansaço e cãibras. Em casos graves, podem-se notar sintomas específicos, consoante os órgãos afectados.


§  Tratamento – fornecer folhas verdes e grit rica, ou enriquecida, em magnésio.





·       Deficiência de fósforo  – como o organismo têm que balancear os níveis de cálcio e fósforo, esta deficiência manifesta-se como de fosse uma hipocalcemia.


§  Sintomas – os mesmos da hipocalcemia.


§  Tratamento - fornecer ovo cozido ou papa de ovo e grit rica, ou enriquecida, em fósforo.





·       Deficiência de vitamina A – resulta de uma alimentação desequilibrada e pobre.


§  Sintomas – aparecem infecções respiratórias oportunistas.


§  Tratamento – melhorar e balancear a alimentação e suplementar com vitamina A.





·       Deficiência de vitamina K – difícil de detectar, mas bastante limitativa da actividade das aves.


§  Sintomas – há sangramentos e hematomas desproporcionados, em caso de pequenos traumatismos.


§  Tratamento – fornecer gema de ovo cozido, maçã e folhas verdes. Fornecer suplemento de vitamina K e reduzir a exposição solar em casos graves.





Doenças genéticas:


São as doenças devidas à alteração dos genes; podem ser herdadas na concepção ou, adquiridas. Algumas doenças podem ser, simultaneamente, genéticas e não-genéticas.


Os pequenos exóticos não são particularmente susceptíveis a alterações genéticas patológicas. Porém, há algumas, sendo as mais comuns:





·       Hipoparatireodismo – consiste numa disfunção das glândulas paratieroidais, que provocam que os níveis de cálcio no sangue sejam sempre baixos. Esta disfunção pode ser adquirida durante a vida da ave, mas, normalmente, é de origem genética; é herdada por um gene recessivo (os dois progenitores têm que possuir o gene). Os diamantes gould são particularmente sujeitos a esta doença, devido à excessiva reprodução da espécie, em cativeiro, e, à não eliminação dos mais fracos, como aconteceria em ambiente natural.


§  Sintomas – todos os sintomas da hipocalcemia.


§  Tratamento – não há tratamento para a doença, mas devem-se tratar os sintomas de hipocalcemia.





·       Albinismo – consiste  na deficiência na produção da enzima tirosinase. Se a enzima não for produzida, não há produção de melanina e a ave é totalmente albina. Se a enzima for deficiente, há escassa produção de melanina e a ave é parcialmente albina. Esta deficiência pode aparecer espontaneamente, mas, na maioria dos casos, é provocada por uma alteração genética recessiva. Os criadores tendem a apreciar muito os albinos, pelo que, são os grandes responsáveis pela propagação da doença. Na natureza, os albinos são, rapidamente, eliminados pelos predadores, pela debilidade física que ostentam e pela falta de camuflagem.


§  Sintomas – descoloração total ou quase total dos revestimentos do corpo (bico, penas, pele e unhas); olhos de cor entre o vermelho e o transparente, com movimentos bruscos e aleatórios; visão fraca; sistema imunitário débil; Debilidade hepática.


§  Tratamento – não há tratamento.


§  O leucismo, é uma anomalia genética que provoca que, apareçam penas totalmente brancas, entre as penas coloridas. É muitas vezes confundido com albinismo parcial, mas não é, nem é considerado uma doença, já que não apresenta mais nenhum efeito sobre a saúde da ave.








Nota: Esta página comporta alguma informação recolhida de fontes variadas, não sendo, totalmente, de minha autoria. Contudo, toda a informação contida merece a minha concordância.