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Se gostou, sorria. Se não gostou... sorria na mesma. Afinal, este mundo está louco, mas não se pode sair dele em andamento!

Básico


O que dar às aves





As pequenas aves exóticas têm necessidades diferentes, consoante a sua espécie. Por isso, deve informar-se previamente das necessidades da espécie que escolher, ver se tem condições de as satisfazer e, só então, decidir adoptar o seu novo amigo.


Os quatro elementos que, não podem faltar na criação destas aves são: Água, alimento de base, cálcio e grit. Vamos então falar de cada um deles:





Água:


Os pequenos exóticos, tal como nós, têm na composição do seu organismo cerca de 70% de água. Por isso mesmo, a água é o elemento fundamental na saúde da ave.


A água, tanto nos bebedouros como nas banheiras, deve ser potável e deve estar sempre limpa. Deve ser substituída sempre que possível (2 vezes ao dia é o ideal, a cada 2 dias o máximo). Se for adicionado algum medicamento, deve ter-se em atenção a validade do mesmo, para a mudança da água.


Também se deve considerar a composição da água, sempre que se use água canalizada. Em algumas zonas de Portugal, a água é extremamente calcária ou tem alta percentagem de cloro e outros desinfectantes; nestes casos, o ideal é encher um recipiente, deixar repousar 12 horas e só depois servir às aves.


Se usar água de cursos naturais lembre-se do seguinte: água muito limpa não significa água boa. O melhor indicador de que a água é boa, é a existência de anfíbios (sapos, rãs e, especialmente, salamandras); os peixes não são fiáveis como indicador de qualidade, uma vez que alguns sobrevivem em água com baixo nível de oxigénio e PH extremo.


Nunca dê às aves águas gaseificadas (as aves têm dificuldade em expelir esses gases), nem use água de piscina nas banheiras (as aves podem sufocar ou ser envenenadas pelos desinfectantes).





Alimento de base:


A base alimentar das pequenas aves exóticas varia consoante a espécie e podemos considerar quatro grandes grupos: As aves granívoras, as insectívoras, as frugíveras e as nectaríferas. No entanto, é errado pensar que uma ave granívora só coma sementes ou, que uma insectívora só coma insectos; a alimentação das aves em liberdade é, na grande maioria dos casos, uma alimentação de oportunidade, isto é, em cada estação do ano, as aves adaptam o seu regime alimentar ao que a natureza disponibiliza. Daí que, além do alimento de base, é conveniente disponibilizar alguns complementos, como adiante falaremos.


No caso dos criadores amadores, é incomum criarem aves frugíveras e nectaríferas, pois são bastante exigentes do ponto de vista alimentar. As menos exigentes são as granívoras, por isso as mais adoptadas; as insectívoras são um pouco mais exigentes, requerendo um suplemento de papa insectívora, larvas secas ou alimento vivo.


Para as espécies mais usadas pelos criadores amadores há, no mercado, variadas misturas de sementes, algumas já complementadas, que satisfazem plenamente. Porém, alguns cuidados devemos ter quando vamos adquirir as misturas; verificar se a mistura é indicada para as espécies que criamos e a data de validade, verificar se há manchas de humidade ou casulos e teias de insectos, verificar se há insectos ou “alguma coisa a mexer”. Depois, é escolher uma mistura o mais variada possível e sem biscoito (“biscoito” são aquelas partículas coloridas, que algumas misturas trazem e não servem para nada).


Se seguir atentamente a alimentação das suas aves, verificará que, elas vão preferir determinados tipos de semente, rejeitando outras, no entanto, essa preferência vai variar ao longo do ano; em regra, as aves preferem as sementes mais magras (mais claras) na época mais quente e as mais gordas (mais escuras) na época mais fria e/ou de criação.


Mas não se preocupe com isto… dê todas que as aves sabem escolher o que precisam.





Cálcio:


É o mineral mais abundante no organismo dos vertebrados.


No caso dos pequenos exóticos, entre 1% e 1,4% da alimentação deve ser cálcio absorvível. Esta percentagem inclui os compostos de cálcio existentes na alimentação, na água e o suplemento cálcico que devemos ministrar.


Devemos disponibilizar às aves um suplemento de cálcio, que pode ser: Osso de choco, casca de ostra, casca de ovo, bloco de pó de cálcio industrializado, cálcio “líquido” industrial, bloco de cálcio com sabores a frutas, etc.


Sem nenhuma dúvida, o mais aconselhável é o osso de choco, porque, além de fornecer cálcio, serve para limar o bico evitando que formem pequenas escamas onde se alojam fungos e ácaros, e, ainda, serve como brinquedo. O desaconselhável é o bloco de cálcio com sabores a frutas, porque pode levar à ingestão exagerada. O cálcio “líquido”, também chamado de cálcio de absorção rápida, é um logro (a absorção rápida depende do organismo e não do que é ingerido), mas tem a vantagem de ser facilmente ingerido, em caso de doença.


O cálcio é mantido em suspensão no sangue, que o fornece conforme as variadíssimas necessidades do organismo: Cérebro, músculos, ossos, formação dos ovos, etc.; é “armazenado” nos ossos.


O cálcio tem efeitos importantíssimos no organismo e outros, também, extremamente perversos (falarei disso noutra página).


É o grande vilão da saúde das aves; tal como o tabaco nos humanos, quando não se sabe determinar a causa de uma doença numa ave, quase sempre, culpa-se o cálcio.


Mais uma vez, não se preocupe: ponha na gaiola um osso de choco que, as aves fazem o resto… e fazem bem feito.





Grit:


A designação “grit” usa-se para qualquer granulado abrasivo, independentemente de ser, ou não, para alimentação animal. Por isso, se adquirir grit numa loja, verifique se é o que pretende ou é, por exemplo, grit de decapagem industrial. Então como deve ser a grit a dar às aves? Deve ser uma areia ou areão mineral, variado, de grão irregular e com diferentes tamanhos. Deve ter, na sua composição, várias rochas, principalmente argilas, porque são uma boa fonte de magnésio. Deve ser lavada antes de fornecer às aves, ou, esterilizada no micro-ondas.


Para que serve? Serve para ajudar a digestão mecânica dos alimentos, especialmente as sementes (as pedrinhas, uma vez no estômago, actuam como pedras de moinho, ajudando a esmagar os grãos). Também é uma boa fonte de minerais, embora não a principal.


Como fornecer? Ponha num comedouro ou no fundo da instalação. As aves sabem quando e quanto comer. Mesmo que não as veja comer e o nível do comedouro baixar, descanse… elas comem.