Benvindos

Muito obrigado por visitar este blog.
Se gosta de pequenas aves exóticas, ou se simplesmente sente curiosidade, dê uma vista de olhos, critique, comente... a sua opinião é muito importante, talvez a mais importante de todas.
Se gostou, sorria. Se não gostou... sorria na mesma. Afinal, este mundo está louco, mas não se pode sair dele em andamento!

Saúde

A saúde das aves é a maior preocupação dos criadores amadores. O afecto que dispensamos às nossas aves leva a que, muitas vezes, as doenças venham aos pares; a doença das aves deixa o criador ainda mais doente que a ave.
É um assunto muito vasto e complexo e, certamente que, um blog nunca poderia ser um manual de saúde. Não é isso que pretendo; tão-somente, dar a minha visão de como se deve encarar este assunto, falar de princípios básicos e de algumas das principais doenças, bem como, clarificar alguns mitos.
Não pretendo ser muito rigoroso, cientificamente; antes, ser simples e esclarecedor, explicando o que entendo ser essencial para ser compreendido.

Alguns conceitos básicos de saúde:
·       - A saúde das aves é um conjunto de equilíbrios bioquímicos; sempre que há um desequilíbrio, o organismo tenta corrigi-lo, mas nem sempre consegue, só por si. Nesse caso temos que intervir com suplementos ou medicamentos.
·       - O metabolismo dos pequenos exóticos é bastante acelerado; é por isso que, uma ave que parece bastante doente, horas depois, pode já parecer saudável, e vice-versa. Consequentemente, as doenças progridem rapidamente, tornando mais difíceis os tratamentos.
·       - É preferível manter a saúde do que curar doenças; água sempre limpa e fresca, bem como, uma alimentação de qualidade e variada são o melhor remédio. Alguns suplementos também são muito importantes. A higiene é fundamental para preservar a saúde.
·       - Não existem medicamentos milagrosos; mesmo que sejam eficazes para o fim a que se destinam, têm sempre efeitos secundários perniciosos.
·       - São sempre preferíveis os alimentos ou suplementos, por serem menos agressivos para o organismo.
·       - Os medicamentos devem ser usados, só se forem indispensáveis, após avaliação cuidada, com critério e sempre segundo as dosagens prescritas.
·       - Os medicamentos dados preventivamente são um erro grave; não estão a evitar coisa nenhuma e estão a causar efeitos secundários, que podem ser graves. Só as vacinas são eficazes na prevenção de doenças.
·       - Os medicamentos mais caros e mais publicitados não são, forçosamente, os mais eficazes.
·       - Não dê medicamentos e suplementos sofisticados, porque “ouviu dizer” que é bom. Eles devem ser dados com um fim especifico e só se necessário.
·       - Se guardar medicamentos em casa, porque sobraram de alguma utilização ou porque não tem facilidade em obtê-los rapidamente se necessário, não caia na tentação de os dar às aves ao primeiro sinal de doença; avalie cuidadosamente a ave antes de a medicar. O criador amador tende a exagerar na gravidade do estado de saúde das aves.
·       - Um dos erros mais graves, praticado pelo criador amador, é a ministrar antibióticos, a despropósito, sempre que aparece, ou pensa que aparece, uma infecção. Tenha em conta que:
§  Os antibióticos só actuam sobre agentes infecciosos vivos. As infecções virais são imunes aos antibióticos.
§  Os antibióticos destroem bactérias e outros organismos benéficos (efeito secundário).
§  Os antibióticos podem provocar alergias graves (efeito secundário).
§  De cada vez que aplica um antibiótico inadequadamente, está a forçar a resistência do agente infeccioso. Da próxima vez que a ave tiver a mesma infecção, esta vai ser provocada por um agente hiper-resistente (mutação), que requererá um antibiótico “mais forte”. E, isto é uma escalada, até que nenhum antibiótico seja eficaz e a ave morra.


O que ter em casa:
O criador amador costuma querer ter em casa “o diabo e o pai dele”, para que nada falte aos seus passarinhos. Em termos de saúde não é necessário. A meu ver, são precisas poucas coisas:
·       - Uma lupa 10x ou 8x, das baratas (loja do chinês) serve perfeitamente.
·       - Uma seringa sem agulha.
·       - Água oxigenada.
·       - Desinfectante líquido (“betadine” ou equivalente).
·       - Um comprimido analgésico/antipirético (“paracetamol” ou equivalente, de uso humano serve).
·       - Uma lista com os nomes e indicação de medicamentos que pode precisar adquirir rapidamente: Um antibiótico de largo espectro (Zooserine ou equivalente), um anti-vírico aviário (zanimivir aviário ou equivalente), um desparasitante interno (fp 20-20 ou equivalente) e um ácaricida interno/externo (ivermectina a 0,12%).


Como garantir a saúde das aves:
Na verdade, não há muita informação sobre cuidados de saúde das pequenas aves.
Se procurarem, também não há muitos veterinários especializados nelas; como se costuma dizer, “o único médico que gosta de pacientes mortos é o médico legista” e, estas aves, pelo seu pequeno porte e pelo seu metabolismo acelerado, são difíceis de tratar. Os meios complementares de diagnóstico são difíceis de aplicar. E, também, em muitos casos, os criadores não têm disponibilidade ou interesse para procurar ajuda especializada, o que torna o negócio desinteressante.
Mas, não há quem conheça as nossas aves como nós. Então, dentro do possível, vamos nós tratar as nossas aves. Verão que não é muito difícil; vamos abrir os olhos e verificar:
·       Diariamente:
§  - Verificar o estado geral, a postura e o comportamento da ave.
§  - Verificar os olhos: Devem estar brilhantes e bem abertos.
§  - Verificar o bico: Deve estar liso, brilhante, quase sempre fechado e sem “babas”.
§  - Verificar a plumagem: Não deve ter falhas ou peladas, não deve estar arrepiada nem suja (especialmente junto da cloaca), não deve ter manchas de sangue e a ave não se deve coçar mais que o normal.
§  - Verificar as patas: Não devem existir cortes ou bolhas, não devem haver fios enrolados e as unhas não devem estar anormalmente longas. No caso de aves anilhadas, verifique se a anilha está folgada e não há lixos presos a ela.
§  - Verificar a respiração: A respiração não deve ser esforçada nem acelerada.
§  - Analise, cuidadosamente as fezes: Qualquer anormalidade deve ser tomada, seriamente, como um alerta.
o   Como fazer a análise das fezes:
¨    Mais ou menos no centro do produto fecal estão as fezes. Devem apresentar-se como uma massa quase sólida, fusiforme e de cor entre o castanho-escuro e o verde, conforme a alimentação. Fezes líquidas indicam desarranjo intestinal, diarreia, e, devem-se retirar as frutas e verduras da alimentação, durante algum tempo.
¨    Em torno das fezes deve aparecer o resíduo filtrado. É uma massa fluida de cor branca (parece pasta dentífrica); são os produtos rejeitados pelo fígado e pelos rins. Deve ser completamente branca: Se for amarelada indica um possível problema de rins; se for esverdeada o problema é no fígado.
¨    Na parte exterior surge a urina. Esta deve ser transparente e clara. Urina turva indica, normalmente, função renal deficiente, mas, é normal durante alguns tratamentos.
¨    Se aparecerem vestígios de sangue, em qualquer parte do produto fecal, poderá ser um problema grave, mas, é necessário fazer um exame mais profundo para determinar qual será.
·       Semestralmente ou, sempre que exista algum sinal de alerta:
§  Pegar na ave e estender as asas e as pernas; a falta de espaço e/ou o excesso de cálcio/deficit de magnésio pode provocar artroses, difíceis de perceber no dia-a-dia. Se as asas ou as pernas não esticarem convenientemente, convêm corrigir a alimentação e a suplementação.
§  Verificar, com lupa, o estado do bico; se o bico apresentar, à lupa, pequenas escamas, estas devem ser polidas. Essas escamas proporcionam o local ideal para a criação de fungos e ácaros; deve substituir a fonte de cálcio que utiliza (se for o caso), por osso de choco e polir o bico. O polimento é feito “lixando”, com um pedacinho de cartão ou papel rugoso; limas de unhas não se devem utilizar (magoam a ave se ela mexer a cabeça e danificam as narinas).
§  Verificar, com lupa, os olhos; qualquer excreção ou inflamação deve ser limpa com soro fisiológico ou água destilada.
§  Verificar, com lupa, a pele da cabeça, em especial em torno do bico e na nuca; irritação da pele, um pó branco ou vermelho, canulas apodrecidas junto da raiz ou, ácaros visíveis (os ácaros vermelhos são bem visíveis à lupa) são indicadores de infestação por ácaros ou um tipo de sarna (falarei na parte das doenças) e devem ser tratados de imediato.
§  Fazer o mesmo tipo de verificação no dorso e nas axilas da ave.
§  Verificar, com lupa, as penas dos bordos de fuga das asas e as penas da cauda; sinais de apodrecimento das canulas indicam um tipo de sarna (falarei na parte das doenças) e devem ser tratados de imediato.
§  Verificar a pele do peito e da barriga quanto a manchas e irritações; manchas amareladas no peito indicam excesso de gordura e deve aumentar o espaço das instalações ou brincar mais com a ave, para que faça mais exercício (redução das calorias na alimentação, só em último recurso); manchas vermelhas, peito magro e quilha saliente são indicações de problemas respiratórios (doença da faca ou outras) e devem ser tratadas rapidamente; manchas no ventre, em especial no lado direito indicam problema hepático e também requer tratamento; inchaço ou rigidez abdominal pode indicar variadíssimas doenças do foro digestivo. De todas elas falarei um pouco na parte dedicada às doenças.
§  Verificar cuidadosamente a cloaca; penas sujas ou em falta, em torno da cloaca, bem como cloaca rígida inchada ou inflamada, indicam problemas digestivos, urinários ou do sistema reprodutor, e, requerem um exame da ave mais pormenorizado. Em caso de hemorragia, deve-se iniciar de imediato um tratamento com antibiótico de largo espectro, desinfectar (betadine) as áreas afectadas e um pouco para além delas, mas nunca usar água oxigenada; pode ser muito prejudicial, já que, a grande maioria das bactérias infecciosas urinárias são aeróbias e multiplicar-se-iam exponencialmente. 
§  Lavar as patas com uma solução de água e vinagre de cidra. Após a lavagem, verificar, com lupa; sinais de necrose, ou vestígios da ácaros (pó branco) entre as escamas, devem ser tratados de imediato como sendo sarna. Ferimentos ou bolhas, também devem ser tratados (como ferimentos). Se existirem unhas demasiado longas, devem ser limadas e deve considerar a substituição do fundo da gaiola e dos poleiros, para uns mais abrasivos.
·       Anualmente:
§  É aconselhável uma desparasitação externa e interna (respiratória e digestiva). Alguns agentes patogénicos que, normalmente, as aves alojam no organismo (salmonelas por exemplo), e que, até podem ser úteis em pequena escala, tendem a multiplicar-se quando a temperatura começa a subir e a causar graves problemas às aves e às suas criações. A desparasitação deve ser feita cerca de 4 semanas antes de se iniciar o período reprodutivo, quando for o caso.


A quarentena:
Um dos procedimentos mais importantes para garantir a saúde das nossas aves é a quarentena. Permite, não só, reduzir a probabilidade de se introduzir uma doença no plantel, como, permite conhecer-mos as particularidades das novas aves.
A quarentena deve ser feita  sempre que se adquire uma nova ave, mas também, sempre que desconfiarmos que uma das nossas aves possa ter uma doença contagiosa.
Como a maioria dos parasitas tem ciclos de vida de até 21 dias, deve ser este o período mínimo da quarentena; sendo que o período ideal é de 42 dias.



Artigos relacionados:

1- Crendices e mezinhas





Cada vez mais, se encontram criadores que, em vez da ciência, optam pelo caminho da crendice e da ignorância.
O maior problema, a meu ver, não é o que cada um pensa ou faz, mas sim, o facto de a ignorância, por vezes até mesmo a estupidez, ser altamente contagiosa. Contagiosa e arrogante, porque os infectados tendem a falar como se fossem os donos da verdade. Todos nós já vimos criadores que, ainda antes de iniciarem a actividade, começam a pedir indicações de mezinhas e produtos estapafúrdios para entupir as aves.
Claro está que, a crise, intelectual neste caso, é sempre uma oportunidade de negócio; então aparecem os “fazedores” de produtos milagrosos, com as mais diversas receitas, supostamente, para os mais diversos fins. Supostamente sim; é que, boa parte desses fins nem sequer existem. O único fim que todos estes “xaropes” têm, é extorquir dinheiro aos mais crédulos e incautos. Senão vejamos algumas indicações:
·       “Limpa o sangue”: Alguém sabe o que é isto? Será algum detergente, solvente ou coisa parecida? O que a ciência diz é que, todos os produtos tóxicos ou indesejáveis em suspensão no sangue são filtrados, primariamente pelos rins. Limpeza de sangue, simplesmente, não existe.
·       “Limpa o fígado”: Aí sim? Será por métodos milagrosos? Se hoje se sabe que o fígado executa mais de 500 funções, haveria algum produto, não neutro, que ajudasse alguma ou algumas dessas funções, sem prejudicar outras? O que se sabe, com rigor científico, é que o fígado excreta por si as toxidades acumuladas e que, por a grande maioria delas serem hidrossoluveis, a água acelera este processo. Qualquer medicamento para o fígado, deve ser utilizado exclusivamente para restabelecer equilíbrios e requer monitorização apertada, sob pena de ser muito mais prejudicial que benéfico.
·       “Fortalece”: Será assim tão simples? Então os porque será que os atletas não se limitam a tomar fortificantes? O que fortalece as aves é a boa alimentação e o exercício. Infelizmente, na maioria dos casos não temos o espaço desejável para esse exercício. Claro está que, alguns produtos complementam a alimentação, mas, grande parte desses concentrados não é metabolizada, acabando por ser eliminada pelo organismo, ou pior ainda, ficando acumulada em determinados órgãos, como resíduos tóxicos.
Poderia continuar a dar exemplos, quase infindavelmente, mas, para passar a ideia, acho que já basta.
Quero lembrar que, tudo o que são complementos e suplementos alimentares animais, não são, forçosamente, sujeitos a testes laboratoriais. Qualquer um de nós pode pegar em dois ou três componentes, com algumas propriedades que achamos interessantes para determinados fins, juntá-los e lançar esse composto no mercado com o nome de “maravilha” e indicá-lo para determinada função, sem que tenhamos que comprovar que é eficaz, ou que não é prejudicial. Por isso, quando lerem na bula “indicado para isto e aquilo”, identifiquem os componentes, vejam o que são e para que servem, reflictam e pensem bem se a bula não deveria dizer antes “indicado para o vendedor ganhar dinheiro”.
Outro alerta que quero deixar aqui é o seguinte: os produtos que têm bons resultados nos pombos, podem ser prejudiciais para os exóticos e outras pequenas aves. Os pombos, devido ao exercício que fazem, têm um metabolismo mais rápido e eficaz, pelo que, absorvem melhor os componentes benéficos e eliminam mais rapidamente os tóxicos.
Em resumo: pensem bem antes de dar mesinhas às aves e não acreditem em tudo o que está escrito. Evitam muitos problemas com as aves e fazer a chamada “figura de urso”. É que isto, para milagres, está difícil.


2- Anatomia do sistema urogenital das aves

Genericamente, os componentes anatómicos do aparelho urogenital das aves são muito parecidos com os dos répteis. Existem algumas diferenças importantes, em relação aos mamíferos, porém, cada órgão apresenta basicamente as mesmas funções.
Os órgãos urinários são os rins e ureteres, porém, com raras excepções, não possuem bexiga nem uretra. Os ureteres conduzem a urina para a cloaca, sendo que, esta também faz parte do sistema digestivo e do sistema genital.
Os órgãos reprodutores masculinos são compostos de testículo, epidídimo e ducto deferente e falo (órgão copulador).
Os órgãos reprodutores femininos são compostos, principalmente, pelo ovário e pelo oviduto, sendo que, na maioria das espécies, a gônada direita é atrofiada e não funcional como um ovário.
Aparelho urinário:
1-   Rins:
São dois, de cor castanha e formados por 3 divisões: uma divisão cranial, arredondada, uma divisão média, alongada, e uma divisão caudal, relativamente grande e de forma irregular. Cada divisão é vascularizada por uma artéria. A divisão cranial comporta as principais estruturas do rim, incluindo uma válvula porta que regula a quantidade de sangue venoso a ser filtrado, bem como a saída da ureter.
A função principal dos rins é filtrar o sangue venoso, retirando a massa residual sob a forma de urina.
2-   Ureteres:
Basicamente, são duas estruturas tubulares, uma por cada rim, que recolhem a urina no rim e a levam à cloaca. Dividem-se em duas partes; uma interna da estrutura renal, chamada ureter renal, e uma externa a essa estrutura, chamada ureter pélvica.
Aparelho reprodutor:
Este aparelho é bastante distinto, em função do sexo das aves, fazendo todo o sentido ser apresentado separadamente.
 Aparelho reprodutor masculino:
Os órgãos reprodutores masculinos são formados por testículos, epidídimo, ducto deferentes e aparelho copulatório; não existem glândulas reprodutoras acessórias.
1-   Testículos:
São dois, dispostos simetricamente, com a forma de feijão e a cor varia; branco amarelado e prateado, nos imaturos, e branco nos machos em período sexual activo. Estão posicionados junto da divisão cranial dos rins, encostados à base dos pulmões e envoltos pelos sacos aéreos ventrais. Os testículos das aves não são firmes ao toque e são vascularizados por uma ramificação da artéria renal cranial.
A função dos testículos é a produção de espermatozoides.
2-   Epidímio:
Exite um em cada testículo, lateralmente, e são, basicamente, estruturas alongadas onde são recolhidos os espermatozoides. Distinguem-se bem, dada a consistência dos testículos.
3-   Ducto deferentes:
São duas estruturas tubulares, em ziguezague, paralelas às ureteres, cuja função é transportar os espermatozoides dos epidídimos para o aparelho copulatório.
4-   Aparelho copulatório:
Está situado na zona posterior da cloaca. É um conjunto bastante complexo, composto, basicamente, por um falo e um mecanismo de erecção.
Em repouso não é visível. Porém, quando é activado o mecanismo de erecção, o falo distende-se, permitindo a penetração da cloaca da fêmea.
Aparelho reprodutor feminino:
Os órgãos reprodutores femininos são formados, resumidamente, por ovário e oviduto. O ovário produz o ovo e o oviduto conduz o ovo até a cloaca e adiciona sucessivamente o albumén, as duas membranas da casca e a casca.
1-   Ovários:
Na maioria das aves, pequenos exóticos incluídos, as aves nascem com dois ovários, em posição simétrica, e física e fisiologicamente iguais. Porém, ao atingir a puberdade, o ovário esquerdo desenvolve-se para o seu estado adulto, enquanto o direito se vai progressivamente atrofiando, sendo que, ao chegar à fase adulta, é fisiologicamente mais próximo de um testículo do que de um ovário.
O ovário, esquerdo, é constituído por um córtex e uma medula.
O córtex é a zona interna do ovário e nele estão situados as ovogónias e os oócitos.
A medula é o tecido envolvente, do tipo conjuntivo, contendo vasos sanguíneos e nervos.
O ovário situa-se em contacto com a zona cranial do rim e a glândula suprarrenal, na base do pulmão esquerdo e envolto no saco aéreo abdominal esquerdo.
Com o início do período de actividade sexual, o ovário sofre grandes transformações: assume a forma de um cacho de uvas, de tamanho e disposição muito variáveis e, a distinção em córtex e medula é virtualmente perdida. Com o términus deste período, o ovário retoma a forma pré-púbere. Já no ovário direito, o córtex não se desenvolve, tornando-se a gónada bipotencial, isto é, parcialmente ovariana mas, fundamentalmente, testicular.
O ovário esquerdo é servido pela artéria ovariana e drenado por duas veias ovarianas, que também servem o talo folicular.
O talo folicular é uma estrutura semelhante ao caule de um cacho de uvas, onde ficam suspensos os folículos que darão origem aos ovos. Esta estrutura fica, fisicamente, em contacto com o estomago mecânico (moela), baço e intestinos.
Os folículos, suspensos no talo folicular, são grandes oócitos cheios de gema, envoltos por uma parede folicular, altamente vascularizada. São compostos por seis camadas: camada interna constituída pela citolema do oócito, pela zona radiata e pela membrana perivetina; estracto granuloso; teca interna; teca externa; túnica externa de tecido conjuntivo e epitélio superficial.
2-   Oviduto:
O oviduto, situa-se no lado esquerdo do abdómen e tem, resumidamente, três funções: captar o folículo, adicionar-lhe grandes quantidades de nutrientes, tornando-o em ovo, e, encaminhá-lo até à cloaca.
Tem a forma de um grande tubo, de forma muito irregular, e, durante o período fértil da fêmea, assume uma posição espiralada. Durante os períodos inférteis reduz-se e assume uma forma mais discreta.
É constituído por: Infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina.
2.1- Infundíbulo:
O infundíbulo forma a extremidade superior do oviduto, com forma de funil, consistindo de partes cónica e tubular.
A parte cónica possui finas paredes e fica esticada, formando uma fenda que recebe o nome de óstio infundibular. O óstio fica posicionado pelo saco aéreo abdominal esquerdo, de tal forma que pode apanhar o oócito recém-libertado. Este conceito de apanhar o oócito merece alguma atenção: na verdade, caso o oócito não se liberte espontaneamente do talo folicular, o óstio inicia movimentos de contração, que vão sugar o oócito.
É aqui que o óvulo é fecundado, ou não, pelo espermatozoide, formando o zigoto, embrião do novo ser vivo.
O oócito passa pelo infundíbulo em cerca de 15 minutos, mas, durante este período, na parte tubular (também chamada pescoço do infundíbulo), as glândulas infundibulares abastecem-no com uma fina cobertura de albumina densa, ao redor da gema.
2.2- Magno:
É o segmento mais longo do oviduto e as suas paredes são espessas, devido à grande quantidade de glândulas que comportam. São estas glândulas que adicionam cerca de metade do total da albumina do ovo.
2.3- Istmo:
É curto e tem paredes mais finas que o magno. Neste segmento é adicionado mais alguma albumina e duas camadas de material de coagulação rápida, que vão formar as duas películas que separam a albumina da casca e formam a câmara de ar.
2.4- Útero:
É uma câmara de paredes finas, mas com grande capacidade de contração.
Aqui, é acrescentada uma pequena quantidade de albumina aquosa e o ovo é comprimido, para tomar a forma redonda que facilitará a postura. Depois, é depositada a casca e os seus pigmentos, bem como, uma camada externa, muito lisa, chamada cutícula.
2.5- Vagina:
É um tubo muscular em forma de “S”, separado do útero por um esfíncter.
Aqui é segregado um muco que ajuda o ovo a ultrapassar o esfíncter da cloaca.
Quando um ovo é posto, a vagina contrai-se, impulsionando o ovo, envolto em muco, e projeta-se para dentro da cloaca, tapando a cavidade anal, reduzindo o contacto do ovo com as fezes.
O oviduto é um órgão extremamente vascularizado: possui quatro artérias e um número de veias variável, consoante as espécies.
Todos os órgãos do aparelho urogenital estão suspensos por pequenas membranas, que os ligam uns aos outros, ou, às paredes da cavidade abdominal. Tanto o aparelho urinário, como o genital, desembocam na cloaca, não contactando diretamente com o exterior.







3- Diagnóstico e medicação caseiros
Todos os criadores, amadores ou não, alguma vez, ir-se-ão confrontar com alguma doença nas suas aves. Isto, normalmente, é causa de muita preocupação e, em certos casos, de desespero; não é incomum ver-se que, o criador fica mais doente que a própria ave.
Importa manter a calma, para se chegar a um diagnóstico correto e, a partir daí, se poder dar o melhor tratamento, em função da doença em causa. É, também, importante que se interiorizem alguns conceitos básicos, que nos vão ajudar:
·       As aves em geral, e os pequenos exóticos em particular, são bastante resistentes e pouco dadas a manifestações de sofrimento. Daqui resulta que, a grande maioria das pequenas maleitas que as podem afectar, nunca vão chegar ao nosso conhecimento; são debeladas pelo organismo da ave, sem que cheguem a aparecer sintomas visíveis.
·       Quando aparecem sintomas, é porque a doença se reveste de alguma gravidade e, regra geral, requer algum tipo de intervenção da nossa parte.
·       Para intervirmos correctamente, precisamos conhecer a fundo as nossas aves; as características da espécie e os hábitos de cada ave em particular. Aquilo que pode ser apontado como um sintoma, numa determinada ave, pode ser um hábito noutra ave da mesma espécie. Um bom exemplo disto é o dormir com a cabeça debaixo da asa; é um sintoma de sofrimento, mas, todos nós já observámos que, algumas aves o fazem habitualmente.
·       São muito poucas as doenças que apresentam um único sintoma. A caracterização de cada doença faz-se pela observação de um leque de sintomas e não por um em particular, embora, em algumas, exista um sintoma mais característico. No entanto, este sintoma pode não ser um dos que nos chamam mais a atenção. É, pois, importante que, ao sermos alertados por algum sintoma, procuremos verificar se existem outros e quais são. Ao somarmos os vários sintomas vamos conseguir, com algum grau de certeza, identificar a doença.
·       Nalguns casos, não nos é possível, com os meios de que dispomos em casa, identificar a doença, mas é possível isolá-la num pequeno grupo de possibilidades. Isto acontece mais com algumas infecções. Assim, pode ser possível, usando medicamentos que atuem sobre esse grupo de doenças, debelá-las, sem que cheguemos a saber, com exactidão, qual era.
·       Um dos meios que dispomos e, muitas vezes, desprezamos é a análise visual das fezes; esta visualização fornece muita informação, que pode ser de extrema valia. É o equivalente, em termos caseiros, às análises laboratoriais de sangue, urina e fezes, que todos nós fazemos mais ou menos amiúde. Pode não ser muito agradável de fazer, mas é muito útil.
·       O que nunca se deve fazer, ao tentar diagnosticar uma doença, é partir do pressuposto de uma determinada afecção e buscar os sintomas. Neste acaso, o mais provável, é “encontrarmos” sintomas que não existem e diagnosticarmos, erradamente, o que procuramos e não a verdadeira doença.
·       Vários são os casos em que, as doenças ou os tipos de doenças, se repetem numa mesma ave ou numa mesma descendência. Por isso, pode ser muito importante o conhecimento do histórico de saúde da ave e da sua ascendência, para se fazer o diagnóstico correcto.
·       Em muitos casos é possível estabelecer uma analogia entre a sintomatologia das aves e a nossa. Porém, devemos ter presente que, há doenças específicas das aves que não têm paralelismo nos humanos. Também devemos ter em atenção que, devido ao seu metabolismo mais acelerado, nas aves, o desenvolvimento das doenças, e também das curas, é bastante mais rápido.
·       Algumas vezes, boa parte dos sintomas encontram-se nas instalações e no ambiente circundante. Estar atento a qualquer alteração que apareça, pode, também, ser uma boa ajuda.
Uma vez diagnosticada a doença, passa-se à fase da medicação. Também aqui, há que interiorizar alguns conceitos, até porque existem muitas ideias erradas, neste campo.
·       Todos os medicamentos são maus, porque têm sempre efeitos indesejáveis, mas são necessários para ajudar a debelar determinadas doenças.
·       Os medicamentos que fazem bem “a tudo”, não existem.
·       A qualidade e efetividade dos medicamentos nada tem que ver com o seu preço. Muitas vezes os mais simples são os mais eficazes.
·       Os medicamentos devem ser ministrados conforme as prescrições: alterar dosagens, modo de utilização e duração, acarreta riscos significativos, em muitos casos é prejudicial e em alguns é fatal.
·       Muitas vezes, os criadores buscam estabelecer uma relação temporal entre a ministração de um determinado medicamento e a cura. Isso não existe. A efectividade de determinado medicamento, numa determinada situação, depende de inúmeros factores. A biologia está muito para além da matemática.
·       Por vezes, os medicamentos têm pouca ou nenhuma efectividade, apesar de o diagnóstico ser correcto e a medicação ser a indicada para o caso em questão; isso acontece pelo estado de debilidade das aves. Acontece que, os medicamentos precisam ser metabolizados e, nem sempre as aves estão em condições de o fazer.
·       As aves, em cativeiro, tende a ter as suas funções hepáticas debilitadas, dado o excesso de alimentação fácil de que dispõem; nalguns casos, essas funções estão extremamente fragilizadas, dada a quantidade de mistelas que as aves são induzidas a consumir. Nestes casos, paralelamente à medicação, é necessário corrigir a dieta da ave, por forma a diminuir a “carga” sobre o fígado, facilitando a metabolização dos medicamentos.
·       No caso das doenças infecciosas e/ou parasitárias é importante eliminar a fonte da doença, normalmente através de desinfecção e/ou desinfestação das instalações. Caso contrário, a ave está sujeita a reinfecções e não se vai curar.
Após cada tratamento, as aves ficam fracas, dado que as funções vitais foram afectadas. É muito importante dar-lhes um bom período de recobro: neste período é importante verificar que a ave volta a comer e beber normalmente, recupera a forma física e os hábitos antigos.
Contudo, algumas doenças deixam sequelas permanentes ou permanecem em estado crónico. Nestes casos, há que atender à situação de saúde da ave e dar-lhe uma vida de acordo com as suas possibilidades.






4- Alguns medicamentos anti-infecciosos
Todos os criadores, algumas vezes, são forçados a usar alguns medicamentos, para controlar doenças nas suas aves. Devemos ter em conta que, todos eles têm efeitos secundários indesejáveis, e devemos usar de todo o cuidado quando os utilizamos, mas, quando necessário, devemos ministrá-los.
Se o diagnóstico nem sempre é fácil, a escolha do medicamento indicado pode ser um verdadeiro quebra-cabeças. Isto porque, no caso de aves tão pequenas, é por vezes difícil encontrar medicamentos doseados para elas. Acresce ainda que, por questões de mercado, nem sempre é fácil encontrar os medicamentos que procuramos. O que eu pretendo com este artigo, é mostrar a forma de combater doenças infeciosas, com medicamentos, tanto quanto possível, fáceis de obter e com alto grau de efetividade. Contudo, apresento uma visão pessoal, limitada ao meu conhecimento, que não significa que, não existam outras formas de tratamento, porventura, mais eficazes. Lembro, também, que, só vou falar dos medicamentos de acção primária, pelo que, devemos ter em conta que, nalgumas doenças, estes medicamentos podem e devem ser complementados com outros medicamentos e/ou com outros meios, nomeadamente com correções na dieta.
Dado o metabolismo rápido dos pequenos exóticos, considero que, antes de medicar, devemos definir uma estratégia. Regra geral, a estratégia que perfilho, é a utilização de um medicamento de primeiro impacto e, numa segunda fase, se necessário, de um medicamento mais específico. O medicamento de primeiro impacto deve ser mais generalista, até porque a doença pode não estar devidamente identificada, sabendo-se apenas que está inclusa num grupo restrito. O medicamento específico, aplico quando o de primeiro impacto não foi suficientemente eficaz e foi possível especificar a doença.
As doenças infeciosas podem agrupar-se em vários tipos, em função da sua origem. Irei considerar os seguintes grupos: Bacterianas, fúngicas, parasitárias e virais.
·       Infecções bacterianas:
Recomendo, como medicamento de primeiro impacto, o “Zooserine”, embora em alguns casos, como a colibacilose e a salmonelose, o Fp 20-20 também tenha bastante efectividade. Contudo, o “Zooserine” apresenta a vantagem de garantirmos que a ave toma a dose adequada do medicamento, uma vez que é apresentado em pequenos comprimidos. Também, tem a vantagem de, por si só, ser suficiente na maioria dos casos, além de ser relativamente acessível e fácil de encontrar.
Já o medicamento específico pode variar, em função da infecção;
§  Nas colibaciloses, salmoneloses e bordetella, a enrofloxacina é bastante eficaz; a “Enroxina” da zoopan é bastante eficaz.
§  Na tuberculose aviária a “Enroxina” também é muito eficaz. Porém, estas bactérias apresentam um elevado grau adaptabilidade e ganho de resistência aos medicamentos, pelo que, pode ser necessário alternar o medicamento. Nestes casos, o “Amikacin” e a “Gentamicina” tabernil são uma boa alternativa.
§  Na clamidiose a “Doxiciclina” tabernil parece-me o medicamento mais adequado.
§  Nas infecções por estafilococos, geralmente difíceis de controlar quando o “Zooserin” se demonstra insuficiente, recomendo o “Aviosan” da chevita ou o “Celesporin 150”. Estes medicamentos são um tanto difíceis de encontrar no mercado pet e, o Celesporin 150 deve ainda ser doseado por nós, em função das aves doentes.
§  Nas infecções por bacilos, considero que o  “Zooserin” é o mais eficaz, mesmo nesta segunda fase. Medicamentos à base de cloranfenicol, seriam mais eficazes mas, eu desconheço algum que seja possível dosear com segurança, para pequenos exóticos. Fica a indicação, mas eu não ficaria descansado se apontasse algum.
§  No botulismo, a solução são as anti-toxinas. Estas devem ser geradas pelo organismo da ave, como reacção às toxinas. O que eu aconselho é a manutenção do “Zooserin” para manter a acção antibiótica para infecções oportunistas secundárias e, o uso do “Enterex” como elemento filtrante e de retenção das toxinas. O “Enterex” não é mais que, um composto à base de carvão activado e fibras vegetais, capaz de reter uma grande parte das toxinas e expulsá-las nas fezes. Daí que, as fezes irão ficar muito negras, o que por vezes assusta o criador, embora seja natural acontecer.
§  A clostridiose, embora pouco comum, quando é detectada, já costuma estar num estágio de desenvolvimento muito avançado, sendo, por isso difícil de controlar. Embora o principal órgão afectado seja o fígado, a toxina vai-se alojar em vários órgãos, causando sintomas variados que precisam ser tratados. Mais uma vez, é importante expulsar o máximo de toxinas, através do “Enterex” e combater a infecção com o “Flagyl oral” ou com o “Chlortetracycli+” da chevita. No caso de aparecerem pústulas, nódulos inflamados ou erupções na pele deve-se aplicar o “Crema 6A” no local.
·       Infecções fúngicas:
O medicamento de primeiro impacto que recomendo, neste tipo de infecções é o “Fungistop”: é de fácil aquisição e bastante eficaz, na maioria dos casos.
Também aqui, podem ser necessários medicamentos específicos, para os casos mais graves.
§  Na aspergilose o mais indicado, é o “Megabac-S”. Porém, este medicamento, de origem australiana, não é fácil de encontrar e pode ser necessário, em casos mais urgentes, adaptar algum medicamento para humanos, corrigindo as dosagens e a posologia, o que nem sempre é fácil e seguro. O princípio activo a usar é a Anfoterecina-B. Em alternativa, podemos usar o “Sporanox”; este produto também é concebido para uso em humanos, precisando ser corrigida a dosagem, mas é fácil de encontrar e relativamente fácil de dosear. Neste, o princípio activo é o Itraconazol.
§  Na candidíase resulta muito bem o “Micostatin”, especialmente, se for combinado com o “Aliproct” ou mesmo com o “Fungistop”.
§  Nas infecções por megabactéria, os melhores resultados obtêm-se combinando, os já referidos, “Megabac-S” com o “Aliproct”. Nestes casos, as alternativas anteriormente referidas, também resultam, mas, há alguma perda de eficácia. 
·       Infecções parasitárias:
Neste tipo de infecções, é de bom tom dividi-las em dois grandes grupos: as provocadas por parasitas internos e as provocadas por parasitas externos.
Para parasitas internos temos, primariamente, o “Intervermes” que, por si só, resolve quase todos os casos. Contudo, o uso repetido deste medicamento, leva a que os parasitas desenvolvam resistências, pelo que podem ser necessários os medicamentos específicos.
§  Na coccidiose, o “Pulmosan”/”Parasita” via oral, o “Clopidol” e o “Poli-crd” são todos eficazes, embora diferentes. O “Poli-crd” é uma sulfamida pelo que, a meu ver, deve ser evitado. O “Pulmosan”/”Parasita” é o mais efectivo se os órgãos mais afectados forem os do trato respiratório e do digestivo superior; já o “Clopidol” é mais efectivo nos restantes casos.
§  Na capilariose, considero que o “Pulmosan”/”Parasita”, o “Ascapilla” e o “Vermicida Tabernil” são eficazes.
§  Na ascaridíase, o “Verminase” e o “Ascapilla” são os meus preferidos, porém, no caso de grandes planteis, o “Albendazol pó” e o “Canex composto”, devidamente doseados, são alternativas mais económicas e igualmente eficazes.
§  Na sarcosporidiose o “Coccimir” é o indicado, mas, o “Poli-crd”, com as suas desvantagens, pode ser uma alternativa.
§  Na tricomoníase o medicamento específico de eleição é o “Flagyl oral”.
Para parasitas externos, tudo se torna mais fácil: o “Pulmosan”/”Parasita” é o medicamento de primeiro impacto e, em todas as sarnas e infecções por ácaros, resolve o problema.
§  No caso de infecções por piolho, pode ser necessário um medicamento mais específico. Neste caso o “Termitox” é bastante eficiente; deve ser dissolvido em água e aplicado nas instalações. Dependendo do grau de diluição, pode ser usado para outros parasitas como carraças, percevejos, formigas, etc. Porém, baixos níveis de diluição acarretam riscos para o sistema nervoso das aves, se houver contacto. Também, o “Acariasma” é eficaz, mas deve ser aplicado nas instalações e não directamente nas aves. 
·       Infecções virais:
Este tipo de infecções é impossível de debelar. A medicação que podemos fornecer, só vai ajudar o organismo a controlar o vírus, mas não a eliminá-lo.
§  Nas infecções por poxvírus, o “Latac seri-pox” tem uma acção bastante positiva e, a pomada “Canary pomada P3” ajuda bastante, quando há lesões cutâneas. Além destes, devemos usar medicamentos para combater os sintomas e possíveis infecções oportunistas, dependendo de quais se manifestem.
§  Contudo, há vírus, como por exemplo o Nilo Ocidental, impossíveis de controlar e que, invariavelmente, acabam por levar à morte das aves. Nestes casos, por questões humanitárias e de controlo epidemiológico, é conveniente “adormecer” as aves; se não formos capazes de o fazer, devemos medicar, no sentido de minorar o sofrimento.
Relembro que, este artigo reflete a minha opinião pessoal, não tendo rigor científico, nem objectivos propagandísticos. Deve, portanto, ser apreciado com todo o espírito crítico.
O único propósito é fornecer uma listagem, que possa servir de ponto de partida para alguma reflexão, em particular, para quem não saiba por onde começar.