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Suplementos


Suplementos





Uma vez que, as nossas aves não têm possibilidades de buscar os nutrientes que precisam, cabe-nos a nós prover às suas necessidades. Para isso, é preciso, em determinadas situações, fornecer alguns suplementos. No entanto, nem sempre estamos conscientes do que e de quando o devemos fazer.


A regra fundamental é não dar os suplementos só porque se ouviu falar. Devemos certificar-nos do que as aves precisam, em cada momento, e procurar o suplemento indicado. Então sim, estamos em condições de actuar.


Vou, então, falar de alguns suplementos mais ou menos usados:





Cálcio – é o mineral mais usado pelo organismo e é fundamental. Já foi referido na página “o básico”, pelo que não vale a pena estar a repetir. Também será referido na página “saúde”.





Grit – também já foi referido na página “o básico” e é fundamental.





Sal de gado – é uma excelente forma de fornecer os minerais mais essenciais para a saúde das aves, nomeadamente o magnésio. Além do cloreto de sódio e do magnésio, ainda contêm mais uma dezena de compostos minerais. Deve ser adicionado à grit, por ser o modo mais simples de as aves o consumirem nas quantidades mais correctas. Deve ser dado durante todo o ano.


O sal do gado é o sal não refinado, tal qual sai das salinas, com um aspecto “sujo”. Julgo que não é comercializado em pequenas quantidades, mas é fácil de “fazer” em casa: basta deitar água do mar num recipiente aberto (aproximadamente um centímetro de altura) e pôr num ambiente quente ou, melhor ainda, ao sol. A água vai evaporar e fica um resíduo que é, precisamente, o sal de gado.





Vinagre de cidra - contém substâncias nutritivas importantes, minerais, vitaminas e ácidos essenciais, várias enzimas e pectina. É muito rico em potássio e outros minerais, tais como fósforo, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, flúor, silício, boro e vários outros.


É muito interessante enquanto agente de limpeza do organismo (elimina os resíduos de medicamentos, reduzindo os efeitos secundários) e como estimulante do sistema imunitário. Também é interessante como shampoo e amaciador nos banhos.


Deve ser dado durante todo o ano, mas sem exageros nas doses, pois pode causar disenteria. Duas gotas por bebedouro pequeno ou, uma colher de sopa por litro de água é uma quantidade razoável, para dar uma vez por semana. Após os tratamentos com medicamentos, deve dar-se dois dias de água limpa e depois cinco dias de água com vinagre de cidra.





Alho – é o suplemento da moda. É óptimo para afastar vampiros e “mau-olhado”.


Do ponto de vista da saúde das aves, em doses moderadas não faz bem nem mal, antes pelo contrário. Em doses elevadas pode provocar graves inflamações das mucosas do sistema digestivo. Durante a alimentação das crias, provoca-lhes estados febris graves que podem levar à sua morte.


Desaconselho.





Vitaminas – as vitaminas são elementos importantíssimos no desenvolvimento das aves e na manutenção da sua saúde. Actuam e condicionam a actividade de todo o organismo, sendo que cada uma delas tem algumas funções específicas. Uma alimentação rica e variada (alimento base de qualidade e complementos diversos) fornece quase todas as vitaminas que a ave necessita; na natureza fornece mesmo todas.


Contudo, na criação em cativeiro, pelo espaço reduzido e pela abundância de alimento, as aves fazem pouco exercício e precisam excretar muito do que consomem. Isso vai sobrecarregar os órgãos filtradores por excelência; fígado e rins. É, por isso, boa ideia, ajudá-los com as vitaminas do:


Complexo B – é um conjunto variado de vitaminas do tipo B que, desempenham inúmeras funções no organismo. Nas aves, as funções mais importantes são as relacionadas com a protecção do fígado e rins, bem como, as relacionadas com o desenvolvimento das crias. Podem ser dadas durante todo o ano (a dose mínima da bula), mas é recomendável alguns (2 a 4) períodos de descanso por ano. Estes períodos devem ser escolhidos pelo criador, quando achar que as aves estão no seu melhor.


Outro problema da criação em cativeiro é que, regra geral, as nossas aves não apanham toda a luz solar de precisam. Embora não existam estudos com resultados inequívocos, calcula-se que as aves, em média e consoante a espécie, necessitam um mínimo de três horas/dia de luz solar directa, para terem a correcta capacidade de fixação do cálcio na estrutura óssea.


Para compensar essa carência, deve dar-se à ave:


Vitamina D3 – esta vitamina não existe em nenhum alimento ou complemento natural (nem, como erradamente se escreve amiúde, na luz do sol), pelo que, o único modo de a ministrar é na sua forma sintética. É, geralmente, apresentada no mercado num composto designado por vitamina AD3EC. É a responsável pela fixação do cálcio nos ossos. Deve ser fornecida após cada período de criação, para permitir a mais rápida reposição da massa óssea, sempre conforme a bula. Aqui, abro um parêntese para, de modo simplificado, esclarecer como se obtêm a vitamina D3 de modo natural:


= O organismo sintetiza uma molécula chamada pro-vitamina D3.


   A luz solar incide na ave e parte dela é absorvida. No seu espectro existem várias gamas de luz, umas visíveis outras invisíveis. Uma das gamas invisíveis é a luz ultra-violeta (UV) e, dentro desta gama, ainda existem várias sub-gamas, sendo uma delas a UVII.


   Quando a pro-vitamina D3 é sujeita à UVII, modifica a sua estrutura tornando-se vitamina D3=


Por vezes, por questões de interesse do criador, tenta-se acelerar o processo de acasalamento. Na natureza, este processo é condicionado pela abundância ou não de alimento. Em cativeiro, como o alimento não é condicionante, deve deixar-se as aves ter os seus tempos de criação e repouso naturalmente. Mas, em casos pontuais, pode dar-se “um empurrãozito” fornecendo:


Vitamina E – embora exista sintetizada (AD3EC, por exemplo), para não haver a tentação de exagerar, o melhor é fornecer alimentos ricos nesta vitamina (sementes de pimento, figo seco e amêndoa picada).


Mas a fórmula mais eficaz de vitamina E chama-se “paciência”.





Glicose – é o principal combustível das células. Quando as aves, por qualquer razão, ficam fracas ou não comem o suficiente, podemos ajudá-las com este energético. Em casos de doença ou de fraqueza extrema, podemos dar directamente no bico com uma seringa (sem agulha). Embora exista no mercado, podemos fazer em casa uma bebida que, além de ser muito rica em glicose, também é rica em vitaminas e minerais. Aqui fica a receita:


= Lava-se bem uma pêra, ou maçã, bem doce. Corta-se em pedaços e coze-se em pouca água. Quando a água ficar bem turva e espessa, temos a nossa bebida pronta. Deixa-se arrefecer e serve-se = 





Mel – é também um energético de grande qualidade nutritiva. Possui grande percentagem de glicose e frutose. Também é muito rico em minerais, vitaminas e aminoácidos. Deve ser dado com moderação, pois também contem ácido cítrico. Tem a desvantagem de se degradar rapidamente, em contacto com o ar, e, de atrair animais indesejados. A melhor forma de o dar às aves é introduzir alguns pingos dentro de um figo seco, mas o figo deve ser substituído ao fim de um dia.





Alimento vivo – o alimento vivo é uma excelente fonte de proteínas. Nos ecossistemas naturais, todas as aves, em geral, comem insectos, larvas ou vermes. O que acontece é que, as aves de cativeiro, normalmente (exceptuando os insectívoros), não estão habituadas a comer alimento vivo (algumas até têm medo dele) e por isso, dificilmente lhe pegam.


Se pretender experimentar este alimento, deve pesquisar qual o indicado para a espécie que cria. Depois, pode criá-lo em casa, ou comprar no mercado, o que nem sempre é fácil.


O cuidado a ter, ao dar este alimento, é ver se as aves o comem; se não comerem, é melhor retirar, antes que tenha uma infestação.