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Se gostou, sorria. Se não gostou... sorria na mesma. Afinal, este mundo está louco, mas não se pode sair dele em andamento!

Comportamento

O comportamento das aves é um dos factores mais obscuros, no que à criação diz respeito, para o criador amador. Claro que, não há um standard comportamental para todas as aves; o comportamento varia entre espécies, e dentro destas, varia de indivíduo para indivíduo. Porém, em relação a grupos de espécies restritos é possível estabelecer alguns padrões de comportamento. Aqui, falarei dos comportamentos mais generalizados entre os pequenos exóticos; mas cada criador deve tentar identificar as particularidades das suas aves, se as quiser entender.
Um dos principais erros, dos criadores amadores, é tratar as aves como se fossem bebés humanos, ou retardadas mentais: Na verdade, o cérebro do seu passarinho nunca será capaz de fazer cálculo matemático, ter pensamento abstracto ou, até, ter noção de tempo ou outras coisas simples. O cérebro das aves está concebido para sobreviver e perpetuar a espécie e, nisso é óptimo; muito melhor que o nosso.
Na natureza, as relações entre as várias espécies de animais são, quase sempre, do tipo predador-presa ou de competição por nichos alimentares. No caso dos pequenos exóticos mais criados em cativeiro, eles são quase sempre as presas e em menor escala os predadores. Daí que sejam aves, normalmente, receosas e até desconfiadas. É preciso tempo, paciência e dedicação para estabelecer uma relação de confiança, que permita criar alguma interacção.
No seu meio originário, as aves encontram protecção nos bandos. Não que elas se relacionem todas, umas com as outras. Imaginando um bando de 100 aves, cada uma delas reconhece e interage com um pequeno grupo (julga-se que estes grupos serão de cerca de 10 indivíduos, dependendo da espécie). Só que estes grupos não são fechados; uma ave do grupo A pode relacionar-se com algumas do grupo B, por exemplo. Isto faz a união entre os grupos.
Outra coisa que reforça a união e o sentimento de segurança é que, os bandos não têm líderes, nem hierarquias: Quando um bando pousa num campo para comer, cada ave trata de si, não havendo os que comem primeiro, como noutras espécies animais.
Em cativeiro, não se formam bandos; quanto muito, há pequenos grupos. Daí que as aves fiquem mentalmente disponíveis para nos aceitar como parte do grupo. Mas há que ir devagar: Se você não respeitar as actividades das aves, por exemplo o tempo de alimentação, ou tentar determinar o que fazer em cada momento, a ave verá que, você não é um “igual”. E se não é um “igual”, assim grandão, deve ser uma ameaça.
Durante os períodos de reprodução o comportamento das aves altera-se substancialmente: A descendência passa a ser a prioridade. Sem se desligarem do grupo, os casais estabelecem um espaço de segurança em torno do ninho, exclusivo. Qualquer intrusão nesse espaço é considerada uma ameaça grave e será motivo de pânico. Algumas aves lutam para defender o espaço, outras fogem, mas ficam completamente alteradas; as mais sensíveis chegam a abandonar definitivamente o ninho.
Por isso, evite interferir nas criações, para que tudo corra bem.
Tenha em conta que, em muitas espécies de aves, é o macho que assume a maioria do que conhecemos como “cuidados maternais”. Comportamentos que podem parecer estranhos são, afinal, normais.
Siga os conselhos que encontra na página “cuidados”, que também vão ajudar.
Mas, acima de tudo, tente conhecer as suas aves; só assim, saberá o que é melhor para elas.
Se notar alterações no comportamento das aves, tente perceber se surgiu alguma ameaça ou, se aconteceu alguma coisa que possa ter provocado essas alterações. Não haja sem uma boa razão; as aves não costumam apreciar as mudanças.



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1- Criação de diamantes em colónia

Alguns criadores usam viveiros com colónias de diamantes, deixando que formem os casais e se reproduzam de modo espontâneo.
Costuma ser apontado como inconveniente o facto de, não ser possível seleccionar os casais e, assim, a descendência que se vai obter. Porém, não é este o único problema; talvez nem seja o principal. É que, perde-se o controlo do genótipo das crias.
E porquê? Porque se desconhece o pai.
Pode parecer estranho, mas é muito simples.
Quando a fêmea escolhe o macho para formar o casal, escolhe-o para criar a descendência e não para ser o pai das crias. Na verdade, o instinto de perpetuação da espécie faz com que, a fêmea tente recolher o máximo de diversidade genética, isto é, que tente acasalar com o máximo de machos, para que, na mesma ninhada, tenha o máximo de diversidade nos filhotes. Quer isto dizer que, a fêmea pode, em termos ideais, ter, na mesma ninhada, uma cria de cada pai. Contudo, irá pôr todos os ovos no ninho do macho com quem formou o casal, esperando que este assuma todas as crias como suas. Para isso, vai, sempre que possível, fugir do controlo visual do seu macho e tentar acasalar com outros machos, voltando depois para junto do seu par. Isto acontece com todos os diamantes, tanto mais quanto mais fácil de reproduzir for a espécie, mas também com outras aves de bando e outros animais, como por exemplo, os felinos; pois é, a sua gata é uma “doida”.
Já o instinto do macho faz com que ele tente difundir os seus próprios genes, não estando muito disposto a criar os filhos dos outros. Claro que, é uma tarefa difícil, mas, o macho tem um grande aliado; a biologia.
O que acontece é que, o esperma dos machos, embora possa ficar activo por vários dias, perde a capacidade de competir muito rapidamente. Isto é: um esperma “produzido” às 10 horas, não tem qualquer capacidade de competir com um produzido 1 hora depois. Digamos então que, a regra é: nos diamantes, ao contrário dos humanos, para garantir que é o pai, não importa ser o único, importa ser o último.
Assim, nos diamantes, macho que se preze, durante o período de acasalamento, sempre que perca de vista a fêmea, logo que ela volte vai galar, se necessário usando a força, mesmo que a fêmea fique muito maltratada.
Alguns criadores mais experientes, que usam gaiolas de criação, quando um casal apresenta muitos ovos vazios em cada ninhada (macho desleixado), colocam uma gaiola ao lado, com um ou mais machos e colocam alguma ramagem na gaiola, para tapar a visão. Pode-se dizer que, o receio de ser ultrapassado vai tornar o macho mais activo, ou, por outras palavras, o “ciúme” é a melhor vitamina E.
Há, no entanto, que referir que, nas espécies mais fáceis de reproduzir, como nos mandarins por exemplo, o simples som do canto de um segundo macho pode deixar o “nosso noivo” “à beira da loucura”.