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11/03/2012

Anatomia do sistema urogenital das aves

Genericamente, os componentes anatómicos do aparelho urogenital das aves são muito parecidos com os dos répteis. Existem algumas diferenças importantes, em relação aos mamíferos, porém, cada órgão apresenta basicamente as mesmas funções.
Os órgãos urinários são os rins e ureteres, porém, com raras excepções, não possuem bexiga nem uretra. Os ureteres conduzem a urina para a cloaca, sendo que, esta também faz parte do sistema digestivo e do sistema genital.
Os órgãos reprodutores masculinos são compostos de testículo, epidídimo e ducto deferente e falo (órgão copulador).
Os órgãos reprodutores femininos são compostos, principalmente, pelo ovário e pelo oviduto, sendo que, na maioria das espécies, a gônada direita é atrofiada e não funcional como um ovário.
Aparelho urinário:
1-   Rins:
São dois, de cor castanha e formados por 3 divisões: uma divisão cranial, arredondada, uma divisão média, alongada, e uma divisão caudal, relativamente grande e de forma irregular. Cada divisão é vascularizada por uma artéria. A divisão cranial comporta as principais estruturas do rim, incluindo uma válvula porta que regula a quantidade de sangue venoso a ser filtrado, bem como a saída da ureter.
A função principal dos rins é filtrar o sangue venoso, retirando a massa residual sob a forma de urina.
2-   Ureteres:
Basicamente, são duas estruturas tubulares, uma por cada rim, que recolhem a urina no rim e a levam à cloaca. Dividem-se em duas partes; uma interna da estrutura renal, chamada ureter renal, e uma externa a essa estrutura, chamada ureter pélvica.

Aparelho reprodutor:
Este aparelho é bastante distinto, em função do sexo das aves, fazendo todo o sentido ser apresentado separadamente.

Aparelho reprodutor masculino:

Os órgãos reprodutores masculinos são formados por testículos, epidídimo, ducto deferentes e aparelho copulatório; não existem glândulas reprodutoras acessórias.

1-   Testículos:
São dois, dispostos simetricamente, com a forma de feijão e a cor varia; branco amarelado e prateado, nos imaturos, e branco nos machos em período sexual activo. Estão posicionados junto da divisão cranial dos rins, encostados à base dos pulmões e envoltos pelos sacos aéreos ventrais. Os testículos das aves não são firmes ao toque e são vascularizados por uma ramificação da artéria renal cranial.
A função dos testículos é a produção de espermatozoides.
2-   Epidídimo:
Exite um em cada testículo, lateralmente, e são, basicamente, estruturas alongadas onde são recolhidos os espermatozoides. Distinguem-se bem, dada a consistência dos testículos.
3-   Ducto deferentes:
São duas estruturas tubulares, em ziguezague, paralelas às ureteres, cuja função é transportar os espermatozoides dos epidídimos para o aparelho copulatório.
4-   Aparelho copulatório:
Está situado na zona posterior da cloaca. É um conjunto bastante complexo, composto, basicamente, por um falo e um mecanismo de erecção.
Em repouso não é visível. Porém, quando é activado o mecanismo de erecção, o falo distende-se, permitindo a penetração da cloaca da fêmea.

Aparelho reprodutor feminino:

Os órgãos reprodutores femininos são formados, resumidamente, por ovário e oviduto. O ovário produz o ovo e o oviduto conduz o ovo até a cloaca e adiciona sucessivamente o albumén, as duas membranas da casca e a casca.
1-   Ovários:
Na maioria das aves, pequenos exóticos incluídos, as aves nascem com dois ovários, em posição simétrica, e física e fisiologicamente iguais. Porém, ao atingir a puberdade, o ovário esquerdo desenvolve-se para o seu estado adulto, enquanto o direito se vai progressivamente atrofiando, sendo que, ao chegar à fase adulta, é fisiologicamente mais próximo de um testículo do que de um ovário.
O ovário, esquerdo, é constituído por um córtex e uma medula.
O córtex é a zona interna do ovário e nele estão situados as ovogónias e os oócitos.
A medula é o tecido envolvente, do tipo conjuntivo, contendo vasos sanguíneos e nervos.
O ovário situa-se em contacto com a zona cranial do rim e a glândula suprarrenal, na base do pulmão esquerdo e envolto no saco aéreo abdominal esquerdo.
Com o início do período de actividade sexual, o ovário sofre grandes transformações: assume a forma de um cacho de uvas, de tamanho e disposição muito variáveis e, a distinção em córtex e medula é virtualmente perdida. Com o términus deste período, o ovário retoma a forma pré-púbere. Já no ovário direito, o córtex não se desenvolve, tornando-se a gónada bipotencial, isto é, parcialmente ovariana mas, fundamentalmente, testicular.
O ovário esquerdo é servido pela artéria ovariana e drenado por duas veias ovarianas, que também servem o talo folicular.
O talo folicular é uma estrutura semelhante ao caule de um cacho de uvas, onde ficam suspensos os folículos que darão origem aos ovos. Esta estrutura fica, fisicamente, em contacto com o estomago mecânico (moela), baço e intestinos.
Os folículos, suspensos no talo folicular, são grandes oócitos cheios de gema, envoltos por uma parede folicular, altamente vascularizada. São compostos por seis camadas: camada interna constituída pela citolema do oócito, pela zona radiata e pela membrana perivetina; estracto granuloso; teca interna; teca externa; túnica externa de tecido conjuntivo e epitélio superficial.
2-   Oviduto:
O oviduto, situa-se no lado esquerdo do abdómen e tem, resumidamente, três funções: captar o folículo, adicionar-lhe grandes quantidades de nutrientes, tornando-o em ovo, e, encaminhá-lo até à cloaca.
Tem a forma de um grande tubo, de forma muito irregular, e, durante o período fértil da fêmea, assume uma posição espiralada. Durante os períodos inférteis reduz-se e assume uma forma mais discreta.
É constituído por: Infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina.
2.1- Infundíbulo:
O infundíbulo forma a extremidade superior do oviduto, com forma de funil, consistindo de partes cónica e tubular.
A parte cónica possui finas paredes e fica esticada, formando uma fenda que recebe o nome de óstio infundibular. O óstio fica posicionado pelo saco aéreo abdominal esquerdo, de tal forma que pode apanhar o oócito recém-libertado. Este conceito de apanhar o oócito merece alguma atenção: na verdade, caso o oócito não se liberte espontaneamente do talo folicular, o óstio inicia movimentos de contração, que vão sugar o oócito.
É aqui que o óvulo é fecundado, ou não, pelo espermatozoide, formando o zigoto, embrião do novo ser vivo.
O oócito passa pelo infundíbulo em cerca de 15 minutos, mas, durante este período, na parte tubular (também chamada pescoço do infundíbulo), as glândulas infundibulares abastecem-no com uma fina cobertura de albumina densa, ao redor da gema.
2.2- Magno:
É o segmento mais longo do oviduto e as suas paredes são espessas, devido à grande quantidade de glândulas que comportam. São estas glândulas que adicionam cerca de metade do total da albumina do ovo.
2.3- Istmo:
É curto e tem paredes mais finas que o magno. Neste segmento é adicionado mais alguma albumina e duas camadas de material de coagulação rápida, que vão formar as duas películas que separam a albumina da casca e formam a câmara de ar.
2.4- Útero:
É uma câmara de paredes finas, mas com grande capacidade de contração.
Aqui, é acrescentada uma pequena quantidade de albumina aquosa e o ovo é comprimido, para tomar a forma redonda que facilitará a postura. Depois, é depositada a casca e os seus pigmentos, bem como, uma camada externa, muito lisa, chamada cutícula.
2.5- Vagina:
É um tubo muscular em forma de “S”, separado do útero por um esfíncter.
Aqui é segregado um muco que ajuda o ovo a ultrapassar o esfíncter da cloaca.
Quando um ovo é posto, a vagina contrai-se, impulsionando o ovo, envolto em muco, e projeta-se para dentro da cloaca, tapando a cavidade anal, reduzindo o contacto do ovo com as fezes.
O oviduto é um órgão extremamente vascularizado: possui quatro artérias e um número de veias variável, consoante as espécies.
Todos os órgãos do aparelho urogenital estão suspensos por pequenas membranas, que os ligam uns aos outros, ou, às paredes da cavidade abdominal. Tanto o aparelho urinário, como o genital, desembocam na cloaca, não contactando diretamente com o exterior.

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